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Mae de segunda viagem aos 40 anos... Cheia de historias pra contar!!1

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

... E lá se foram 2 anos e 5 meses!!!
A tarefa de mãe não nos permite muitos espaços vazios, desta forma escrever tornou se difícil.
Mas devia uma "satisfação", um feedback desta experiência mágica de ser mãe aos 40.
Apesar da idade e de todas as "impossibilidade e riscos", minha gestação foi absolutamente perfeita. Não tive nenhum agravamento gestacional, trabalhei normalmente até bem perto do parto e confesso que o maior   entrave foi a ansiedade.
Não agendei cesária, aguardei até os 45 do segundo tempo para o parto normal.
Marquei de estar no hospital dia 23/08 para uma consulta de rotina, pois meu médico tinha algumas ressalvas quanto a passar das 40 semanas.
Dia 22/08 era aniversário de 15 anos da minha filha mais velha. Acreditei que iríamos comemorar a data ainda de barrigão, mas...
Na madrugada do dia 22 a bolsa estourou! Detalhe, exatamente no dia do aniversário da Beatriz. Dois filhos, dois presentes, uma única data pra comemorar.
Fomos ao hospital com o carro lotado, marido, mãe,  filha e o pequeno querendo sair. As contrações estavam encurtando mas não eram insuportáveis.
Foi a primeira gestação que seguia seu curso natural sem intervenções ou agendamentos médicos, estava feliz por isso.
Por 12 horas aguardei uma evolução da dilatação, mas cheguei a três dedos e estacionei. Naquele momento, lembrei da frase do meu ginecologista quando eu afirmei que gostaria de encarar um parto normal "- Se a bolsa estourar e o corpo dilatar, pode encarar o parto, mas se não evoluir, não insista."  Naquele momento julguei que nossa integridade física era mais importante. Optamos pela cesárea.
O processo não era novidade pra mim, estava muito segura e tranquila.
Fui sedada, preparada e recebi o apoio do meu marido na sala. Esse apoio é fundamental.
Em pouquíssimo tempo já se ouvia a vozinha rouca e grave do meu pequeno.
Meu coração já não cabia no peito. Trouxeram me ele pertinho, pude vê-lo pela primeira vez e só de nos olharmos o choro parou. Deitado por alguns instantes no meu colo antes dos procedimentos normais pós parto, me senti em êxtase mais uma vez.
Joaquim nasceu perfeito, com 3 kg e 700 g, quase 50 cm, lindo de viver!!!
O Ricardo pode levá-lo nos braços até a "familhage" que se aglomerava na porta do centro cirúrgico. Todos muito emocionados... Em especial a Beatriz. Era o irmão que ela tanto havia pedido e mesmo tendo vindo no dia do seu aniversário, ao menos naquele momento, a alegria dela era tão grande quanto a minha.

Fui para o quarto lúcida, sem dor e novamente ansiosa, louca para tê-lo novamente nos braços e amamentá-lo. Assim que a anestesia desapareceu eu pude me levantar, tomei um banho, me alimentei e lá fiquei, batendo os pezinhos contando os segundos.
Quando ele chegou não me cabia de tanta alegria.  Fiz alguns minutos de vistoria, observei todos os detalhes e recebi as primeiras orientações para a amamentação.
5 minutos em cada seio hein mãe?!! Alertou a enfermeira.
E quem disse que o pequeno se daria por satisfeito com tão pouco.
Logo os 5 viraram 10 e o pequeno adormeceu feliz.
Naquele dia as enfermeiras levaram ele novamente para o berçário, mas foi a última vez que ficamos distantes.... Assim que ele voltou pedi que ele ficasse no quarto, não poderia passar nem mais um segundo longe daquele carinha.
Trocamos as primeiras fraldas, demos o primeiro banho, tratamos do umbigo e acompanhamos os primeiros exames.
Recebemos muitas visitas, fizemos muitas fotos e logo estávamos prontos para irmos para casa.
Ao contrário de muitos bebês, Joaquim não perdeu peso ao sair da maternidade. Também, pudera, o pequeno bebia mais leite que um bezerro.
Forte e muito amado, lá se foram meses de crescimento e alegria.
Com 5 meses retornei ao trabalho, continuei amamentando mas precisamos inserir alimentos salgados e frutas. Não queria repetir o erro que havia cometido com a minha filha.
Ela teve anemia profunda com 6 meses pois não queria comer nada, apenas mamar. Ao contrário do que pregam os pediatras, não dar nenhuma comida ou bebida para os bebês até os 6 meses, é complicado. Principalmente se o seu bebê vai pra escolinha aos 5 meses como os meus foram. Aos 4 meses o Joaquim já provava frutas, com 5 já comia papinhas e tomava chá e sucos. O peito continuou a noite e nos finais de semana até 1 ano e 1 mês.

Joaquim falou suas primeiras palavras perto dos 6 meses, engatinhou com pouco mais de 7 e andou pouco antes de um ano. Vale dizer que sua primeira palavra foi "BÊ", o nome da irmã. Mais tarde ele a batizaria de "Dadá", como a chama atualmente.
Seus primeiros dentes vieram com 5 meses, assim como os da irmã.
Voltei ao peso anterior a gestação nos primeiros meses de amamentação.
Confesso que desta vez fui um pouco mais descuidada e não usei a cinta tanto tempo quanto era necessário, mas o estrago não foi tão grande.
Não tive estrias, nem dificuldades para amamentar.
Ou seja, foi tudo perfeito.
Hoje o pequeno fala de tudo, tem uma capacidade de argumentação encantadora. É um pouco desconfiado, bem diferente da irmã que era só sorrisos para todos nesta idade.
Ele tem uma energia absurda. Confesso que essa é a maior diferença entre ser mãe as 25 e aos 40.
Nossa cabeça esta muito mais equilibrada, conseguimos trabalhar as adversidades com muito mais calma e discernimento. Mas o pique deixa a desejar.

Com uma adolescente de quase 18 e um bebezão de quase 3 anos, resolvi fechar a fábrica.
Meu fluxo menstrual mudou muito após o nascimento do Joaquim. Foram mais de 6 meses para os ciclos começarem, mas eles se vingaram por todo este tempo de ausência. Foram meses hemorrágicos, muito dolorosos...
Períodos de uma semana de fluxo muito intenso.
Achei que a cirurgia de laqueadura poderia ajudar, ledo engano, Os médicos informaram que a cirurgia tenderia a aumentar o fluxo. Ai não né???
Resolvi optar pelo DIU MIRENA. Estou nos primeiros meses de adaptação. Ainda não tive a sorte da amenorreia, mas as dores já cessaram e o fluxo é absurdamente menor. Sem contar que são 5 anos sem riscos, sem anticoncepcionais orais, sem camisinha... Só alegria.

Escrevendo este texto e olhando a foto da minha família que deixo aqui na minha estação de trabalho, digo que sou uma mãe plenamente realizada. Arrisquei, acreditei, investi e no tempo certo, aquele que o homem lá de cima sabe qual é, pude concretizar meu sonho de sempre, ter um casal, uma família e três parceiros para seguir comigo os outros sonhos que virão.